
Antes de me dedicar à arbitragem joguei basquetebol, durante apenas um ano, no escalão de iniciados, no Clube Educação Física do Norte. Após esse ano o clube deixou de ter basquetebol e portanto deixei de jogar.
Porque se decidiu tornar arbitro? Quais foram os principais motivos que o levaram a tomar esta decisão?
Eu gostava de arbitrar os jogos de basquetebol na escola, nas aulas de Educação Física, quando um dia a professora me informou da existência de um curso para jovens árbitros. Achei interessante e fui fazer o respectivo curso tendo obtido aprovação. No primeiro ano apenas arbitrei mini-basquete, mas gostei muito da experiência. Na época seguinte frequentei um novo curso, a Associação de Basquetebol do Porto tinha-me feito o convite, tendo obtido novamente aprovação e passando a partir daí a arbitrar todo o tipo de jogos.
No decurso de uma partida, o momento da tomada de decisão é instantâneo. Alguma vez sentiu que errou, logo após ter apitado?
Claro que sim. Mas o importante é conseguir ultrapassar o mais rapidamente possível. Como costumo dizer, o importante é o que aí vem e tentar não cometer o mesmo erro.
Como se sente um árbitro perante uma situação de dúvida, sobre um eventual erro que tenha cometido?
Temos que saber conviver com o erro. Temos que ser fortes mentalmente e não ficar a pensar naquilo que ocorreu. Como disse, o importante é não errar mais naquilo tipo de situação. Um árbitro muito experiente disse-me uma vez: “Só conseguimos ser melhores se aprendermos com o erro”. Eu concordo plenamente com esta afirmação e tento sempre analisar os jogos realizados para ser melhor no jogo seguinte.
Qual foi o jogo mais difícil que apitou?
É difícil de identificar qual o jogo mais difícil que arbitrei. Direi antes que todos os jogos que decidem o campeão ou que são a eliminar têm uma carga emocional e uma tensão superior aos outros.
Qual foi até hoje, o momento mais feliz da sua carreira enquanto arbitro?
Felizmente tive muitos momentos de felicidade, mas o jogo da Final Four da Euroliga entre o Panathinaikos e o Olympiacos, em Berlim, deu-me um enorme prazer de arbitrar.
Como considera o estado actual da arbitragem de basquetebol em Portugal?
A arbitragem portuguesa está numa fase, no meu entender, muito positiva. Chegou ao fim uma geração de excelentes árbitros e está a conseguir fazer a sua substituição de uma forma serena e com qualidade. Podemos comprovar isto mesmo com as solicitações que a FIBA tem realizado aos nossos principais árbitros. Têm arbitrado finais nos diversos Campeonatos da Europa de categorias jovens, têm também sido nomeados para as principais competições da FIBA Europa e também nomeados pela FIBA Mundo (Universíadas, Jogos do Mediterrâneo, Camponatos do Mundo.
Quais são as principais qualidades que um árbitro deve ter para chegar ao mais alto nível?
Existem muitos aspectos que contribuem para se poder chegar ao topo, mas para mim é imprescindível ter humildade, trabalhar muito, não desistir à primeira contrariedade e saber comunicar dentro do campo.
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