quinta-feira, 9 de setembro de 2010

“Dor de burro”: Poderá a alimentação ter influência?

A “dor de burro” localiza-se na porção superior do abdómen logo abaixo das últimas costelas. Esta dor poderá ter intensidades muito diferentes chegando em casos extremos a dificultar a respiração do atleta obrigando-o a parar a actividade. A corrida associada a movimentos repetitivos do tronco são fortes estímulos para estas dores, no entanto não existe ainda uma explicação consensual para a sua origem. Especula-se que possa existir uma diminuição do fluxo sanguíneo no diafragma ou uma pressão exagerada nos ligamentos de alguns órgãos junto a este músculo fundamental para os movimentos respiratórios.
Também um aquecimento deficiente pode levar ao aparecimento da “dor de burro”, uma vez que quando começar o exercício vai ser necessário um acréscimo repentino da circulação sanguínea a nível muscular, logo quer o fígado quer o baço vão ser bruscamente contraídos para libertar mais sangue, situação que ao estimular as suas enervações provoca a dor.

No entanto, para além destas teorias que são pouco ou nada influenciadas por factores alimentares, outras explicações existem nas quais a alimentação pode prevenir estas dores. Assim, quer um excesso de gases no intestino (provocado por alimentos fibrosos e bebidas com gás na refeição pré-competitiva) quer uma deficiente digestão (ao não se respeitar o intervalo de 3 horas entre a última refeição e o momento competitivo) podem originar estas incómodas dores. Os cuidados alimentares a ter de modo a prevenir a dor são os seguintes:

- Não abusar na refeição pré-jogo/treino de alimentos que possam provocar gases abdominais como o feijão, grão, fava, ovos, couves, cebola, cereais integrais...;

- Evitar nessa mesma refeição beber água gaseificada ou refrigerantes com gás. Quer a água, quer as bebidas desportivas são alternativas mais eficazes uma vez que possuem um maior esvaziamento gástrico diminuindo assim o risco de dor;

- Respeitar o intervalo de 3 horas entre a última refeição e a competição, ou 1h30 entre a última merenda e o jogo/treino caso estes se realizem de manhã ou ao final da tarde;

- Evitar alimentos com grande quantidade de gorduras, proteínas e condimentos (durante o esforço há uma paragem da bílis nas vias biliares e na vesícula, logo há um comprometimento da digestão lipídica que poderá levar a indisposição abdominal);

- Beber muitas vezes mas pouco de cada vez;

- Se em casos normais os fritos, enchidos, fumados, conservas e álcool já são de evitar, antes do momento competitivo é impensável a sua ingestão;

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