
Antes de seguir para esta época, quero salientar que todo o sucesso e o insucesso (ainda assim perdemos com dignidade e dever cumprido) que tivemos foi o resultado de 2 épocas anteriores de Iniciados muito boas, sempre com a mesma equipa e treinador, sem desvalorizar o apoio dos pais e familiares que sempre nos acompanharam e acreditavam em nós.
Há 3 anos, eramos Iniciados "D" e lutava-mos com qualquer equipa que "nos aparecesse à frente", deixando tudo e mais alguma coisa dentro de campo, chegando a vencer equipas "A" com atletas maioritariamente de 95.
Há 2 anos, foi um cheirinho do que se iria passar no seguinte ano.
Foi uma época em que a maturidade aumentou ao jogarmos contra 3 das 6 equipas que participaram na Final Distrital, acabando por vencer 1 jogo. De salientar também que fomos a única equipa "B" no país a participar no Torneio Inter-Associações.

No início do ano, é verdade que estávamos ansiosos pela época começar e para ver como iríamos prosseguir a nossa carreira relativamente a 2 anos anteriores a trabalhar com empenho e dedicação notáveis sempre com o "nosso" treinador do nosso lado a proteger-nos de tudo e de todos, se assim o merecêssemos.
O nosso objectivo inicial era chegar à Final Nacional e, tal como esperava sabendo do nosso potencial e capacidades, melhores ou piores comparativamente à equipa de Iniciados "A" da época passada e tendo a opinião e o desejo de que poderíamos fazer melhor e acabar o ano de "cabeça levantada", após o Natal (época em que ainda não tínhamos nenhuma derrota no Campeonato Distrital e marcada por diversas ausências de alguns atletas, nomeadamente devido a fracturas, problemas musculares e problemas de saúde), começámos a sentir que éramos capazes de cumprir com o objectivo e chegar ao topo.

Algo irregulares durante esta fase, perdemos 2 jogos: contra o Póvoa (fora) e Maia (casa), em que registámos algumas exibições de grande nível e prospecção para o futuro, nomeadamente o excelente jogo na Maia, o qual foi decidido nos pequenos detalhes estando mesmo a perder por 11 pontos a 2 minutos do final e fazendo um jogo quase 100% eficaz, e o penúltimo jogo em casa "do tudo ou nada" contra um Póvoa fortíssimo e que também merecia passar, em que fomos uma EQUIPA completa, com um basquetebol agradável e eficaz, agressivo na defesa e no ataque, bonito por vezes e muito bom para quem o assistia. A qualquer destes dois jogos podia ser atribuído o Jogo da Época.

Com conhecimento dos adversários, esperava-se uma fase extremamente equilibrada e disputada até ao último jogo... e assim foi.
Na primeira volta e mais uma vez com um calendário "estranho" relativamente a outra(s) equipa(s), perdemos o primeiro jogo em S. Romão do Coronado contra um Porto a um ritmo alucinante e que nos deixou completamente ao lado do jogo, apesar de termos estado a um nível razoável na defesa. De seguida, enfrentámos o Ginásio, Académico e Esgueira (todos estes saíram derrotados), realçando o jogo em CASA, no Pavilhão Raimundo Rodrigues, em que estivémos com uma atitude inacreditável e que tudo nos saía às 1000 maravilhas.
Mas, tudo pareciam rosas até ao jogo no Pav. Formigueiro na Maia. À entrada para este jogo, esperava mais uma vez um jogo extremanete intenso e em que tínhamos que dar tudo para sair de lá vencedores, como já tinho acontecido e acreditava seriamente que voltaria a acontecer. Se não acontecesse, tinha em mente perdermos por muitos poucos pontos, mesmo com o conhecimento de termos alguns atletas com problemas físicos e de saúde que não impedia a equipa de fazer o nosso jogo.
Dentro do campo, aconteceu tudo ao contrário do que nós fazíamos e esperávamos, do que o treinador tencionava e do que a assistência estava à espera, acabando por perdermos o jogo por 20 pontos.
Apesar de termos recuperado no final, confesso que cheguei cabisbaixo ao balneário tal como os meus colegas, inconsciente do que estava a acontecer relativamente às minhas previsões e, até houve lágrimas nos nossos rostos.
No entanto, isto passou-se e não demos grande importância no momento, pois tínhamos a noção que podíamos bater esta equipa em casa, mas com aquela atitude seria impossível.

À semelhança do ano transacto que nós já tínhamos levado 4 atletas aos trabalhos da Selecção Distrital (Luís Vicente, Bernardo Bessa, Joaquim Soras e José Pedro), este ano foram 6 os atletas que tiveram a oportunidade de integrar os trabalhos da Selecção Distrital, comandada pelo excelente treinador Mário Lima e Carlos Abreu, sendo eles: Luís Vicente, José Matos, Joaquim Soras, Pedro Pinto, Miguel Granja e Bernardo Bessa.
Todos eles podiam ter ido, mas apenas os 3 primeiros participaram na Festa do Basquetebol 2011, ajudando a Selecção de Aveiro a obter o 5º lugar.
Gostaria apenas de agradecer ao excelente grupo de trabalho que se obteve desde Outubro, que era formado por atletas espectaculares dentro e fora de campo, do qual não tenho razão de queixa e ainda hoje e no futuro converso e irei conversar com eles e nunca lhes rejeitar.
Quanto a eles, agradeço-lhes bastante por tudo, desde as brincadeiras fora de campo até todos ajudarem-me a levantar quando caía no campo. Sem eles e sem a minha equipa na Ovarense, não seria possível chegar a Portimão e ter ajudado os meus colegas em tudo que pudesse.
Gostaria também de realçar o trabalho realizado pelo treinador Mário Lima, já que tive oportunidade de trabalhar com ele durante 2 anos seguidos na selecção e muita coisa do que sei hoje e do que sou como rapaz é devido à sua filosofia, mentalidade e conhecimento do jogo, permitindo-me estar "à vontade" e com muita confiança levando-a depois para o clube e, claro ao treinador Carlos Abreu que também é outro grande amigo que tenho e que admiro bastante.
Depois desta interrupção devido à Festa, eu e os restantes atletas da Ovarense voltámos concentradíssimos em concretrizar os nossos objectivos.
Vencemos Académico e Esgueira, mas o mais difícil foi o trabalho que tivémos de fazer para lutar até ao fim nos restantes jogos.
Numa jornada dupla bastante desgastante, recebemos um FC Porto forte. No entanto, não nos intimidava o suficiente para desistir e encaramos o jogo como guerreiros mais uma vez, fazendo uma exibição maravilhosa e deixando tudo em campo.
Pena foi o recomeço da partida após o intervalo, momento crucial que decidiu o jogo e assim perdemos o jogo por 10 pontos mas chegando ao balneário com sensação de dever cumprido e muito contentes com a nossa prestação, mostrando aos presentes o nosso real valor como se fosse o nosso último jogo das nossas vidas independentemente do clube que fosse.
No dia seguinte, deslocámo-nos à dificílima Figueira da Foz, em que arrancámos uma vitória "a ferros", apenas obtida nos últimos segundos mesmo estando a perder por 2 pontos, no último minuto do jogo.
À entrada para o jogo que nos daria o apuramento ou não para a Final Nacional em casa contra o Maia, o qual teriamos que ganhar por 21 pontos ou mais, estávamos mais uma vez sem pressão e com a certeza de que faríamos um grande jogo.
E assim foi. Estivémos mesmo a ganhar por 21 pontos e até mais no 3º e 4º período, mas a tentação de querer apurar através dos triplos foi o abismo, sinal este de alguma imaturidade por parte da nossa equipa, talvez também pela experiência do Maia já que no ano passado eram todos Iniciados "A".
Já que não íamos à Final Nacional, isto não foi nenhuma catástrofe até porque nos últimos jogos e à semelhança dos outros, o nosso treinador Beto, chegou ao balneário e independentemente da vitória ou da derrota, disse: "Estou orgulhoso de vocês!"
Claro que estas são palavras difíceis de esquecer por parte de um treinador que me ensinou a mim e aos outros a jogar desde pequenino, além de ter sido ele que formou a nossa equipa desde os infantis ou iniciados "D" e continuou connosco até aqui, fazendo um trabalho inacreditável e notável jamais esquecido, apenas ao nível dos melhores.

Em 3 dias de jogos, num desvalorizamos as outras equipas e assim conseguímos chegar ao final sem derrotas e obter a Taça.
Destaque para a assistência que se manteve muito bem composta durante todos os jogos, ajudando a nossa equipa nos bons e nos maus momentos até chegar ao "pico da montanha".
Acabámos a época da melhor forma, com um Título Distrital que tanto ambicionávamos e, mais importante com o sentimento de dever cumprido e de que fizémos tudo para ganhar ao longo da época, mesmo obtendo apenas 5 derrotas.
Em nome da equipa, agradecemos a ajuda dos seccionistas Vicente e Pedro Pinto antes, durante e após o jogo, do treinador que foi o principal mentor do que somos hoje, dos pais e familiares que nos acompanharam para todo o lado, sempre a acreditarem no nosso valor e claro está ao nosso amigo Sr. Américo porque sem a sua paciência, disponibilidade e principalmente ajuda tudo isto não seria tão fácil.
"Aprendes que sozinho não consegues nada. Em qualquer área, em qualquer esforço, as pessoas à tua volta têm de ser boas pessoas e capazes de trabalhar juntas.
É aí que se encontra a verdadeira alegria - quando estás a partilhar o sucesso com alguém." (Greg Popovich)
Luís Vicente (atleta da equipa)
OBRIGADO A TODOS QUE TORNARAM ESTA EQUIPA VERDADEIROS CAMPEÕES!!!
CONTEM CONNOSCO NO FUTURO!!